Veja como as propriedades terapêuticas da água podem ajudar na recuperação de pacientes com Acidente Vascular Encefalico:
O Acidente Vascular Encefalico (AVE), chamado
popularmente de derrame, é uma obstrução ou rompimento de um vaso
sanguíneo cerebral, que pode evoluir com déficits neurológicos. Dados
atuais mostram que ocorrem cerca de 20 milhões de novos casos de AVE no
mundo, e que 1/3 dos casos não fatais evolui com sequelas, sendo essa
enfermidade a maior causa mundial de incapacidade. As sequelas às quais
as pessoas que sofreram AVE estão sujeitas variam conforme a localização
e a extensão da lesão. Tais consequências envolvem alterações
sensoriais, cognitivas e limitações motoras, como a paralisia ou paresia
de um lado do corpo, que dificultam a realização adequada das
atividades da vida diária.
"Dados atuais mostram que ocorrem cerca de 20 milhões de novos casos de AVE no mundo, e que 1/3 dos casos não fatais evolui com sequelas, sendo essa enfermidade a maior causa mundial de incapacidade".
A dificuldade do paciente em dominar o início do movimento e o controle motor voluntário, gera redução da Amplitude de Movimento (ADM) e da força muscular, podendo interferir inclusive no ‘caminhar’, através de alterações na velocidade, comprimento dos passos, equilíbrio e reações de proteção. Diante desse quadro, o fisioterapeuta tem como objetivo identificar as funções prejudicadas e estimulá-las visando à melhora da funcionalidade e da qualidade de vida do paciente, bem como a sua reinserção social.
A fisioterapia aquática, recurso terapêutico
realizado em uma piscina aquecida utilizando técnicas específicas, tem
como objetivo reabilitar os distúrbios funcionais, manter as funções
preservadas e prevenir novos agravos. Ela está fundamentada nos
princípios físicos da água como flutuação, densidade, pressão
hidrostática e viscosidade. As técnicas empregadas vão desde movimentos
passivos até exercícios ativos com ou sem cargas resistivas, além de
técnicas particulares como Watsu e Halliwick.
O meio aquático proporciona estimulação sensorial
global que envolve os sistemas visual, auditivo, tátil, vestibular e
proprioceptivo. Esse ambiente favorece a reabilitação através da
facilitação do movimento e da redução das sobrecargas articulares
geradas pela diminuição da ação da gravidade, proporcionando ao paciente
uma maior ADM, permitindo a realização de atividades difíceis no solo.
Outro benefício da terapia aquática é a sustentação causada pela
viscosidade da água juntamente com a pressão hidrostática, auxiliando o
paciente a manter-se em pé de forma mais independente e por um maior
período de tempo.
"As propriedades da água, os materiais utilizados
e as condutas adotadas podem facilitar ou dificultar as atividades
durante a terapia aquática".
As propriedades da água, os materiais utilizados e as condutas adotadas podem facilitar ou dificultar as atividades durante a terapia aquática. A produção de turbulência, por exemplo, cria um meio instável enfatizando o treino das reações de equilíbrio e proteção. Por outro lado, a própria viscosidade desse meio permite um maior tempo de resposta motora, facilitando assim o aprendizado das reações nas situações de desequilíbrio. Dessa forma, é possível modificar o meio aquoso de diversas maneiras, adequando-o a cada situação terapêutica desejada.
Dentre os diversos benefícios da hidroterapia, já comprovados cientificamente, encontram-se o aumento da ADM ," amplitude de movimento ", a redução da tensão muscular, reeducação dos músculos paralisados com consequente melhora da força e da resistência muscular, analgesia, adequação do equilíbrio, além da evolução do desempenho das atividades funcionais e da caminhada.
Essas razões e as recentes evidências científicas mostram a Fisioterapia Aquática como um importante recurso na reabilitação dos pacientes com AVE, promovendo a melhora do desempenho funcional e a consequente devolução da autoconfiança e independência desses indivíduos.
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